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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O vírus do porco e do dengo

Não entendo a gripe suína. Apesar de só ter tido oito casos de morte confirmados, a gripe se alardeou não só pelos nove países confirmados, mas também por os meios midiáticos de todo mundo. O que gerou uma pandemia própria dos meios de comunicação.
Apesar de declararem a todo tempo que não há o que temer por estes lados de cá e que nem mesmo no México (que tem 7 dos 8 mortos) há pânico, os jornais de todo o tipo não falam de outra coisa. Inclusive nas terras apimentadas do México, como os telejornais ressaltam, há apenas o sentimento de precaução no ar (além da Influenza, claro). Só não entendo o porquê de todos nas reportagens estarem usando máscaras, inclusive o repórter e, para os que não conseguiram adquirir a sua (por falta nas farmácias), improvisarem panos.
O vírus do alarme midiático já chegou ao Brasil, com uma cobertura digna de caso Isabella e com o bônus de, dessa vez, fazerem as autoridades se mexer em suas cadeiras. O ministro da saúde, José Temporão, fez uma exposição sobre o tema, afirmando que o governo providenciará todas as medidas necessárias para que a pandemia não chegue ao Brasil (se é que não chegou). As compainhas aéreas, pressionados pelo governo durante reunião, ofereceram instrução sobre o vírus aos seus funcionários.
O que impressiona é a rapidez e a funcionalidade do governo diante do vírus, demonstrando que quando há vontade dos governantes, atingem-se políticas públicas para a contenção de endemias como essa. O que não deixa de remeter a epidemia da dengue ocorrida na Bahia, que com 47 mortos em 3 meses (e mais de 55 mil casos), mal mereceu duas declarações de autoridades e alguns minutos na imprensa nacional.
A questão que fica é se a atenção dada à gripe suína é devido a sua provável incidência inicial nos bacanas que possui condições de intercambiar doenças dos Eua e México, enquanto a dengue atinge principalmente a população com baixos recursos econômicos, que não possui condições de tratar a doença em seu estado inicial (por contar com o péssimo sistema de saúde pública) e não ter acesso a direitos básicos, como um saneamento básico adequado.

Até quando o estado dará prioridade para uma pequena parcela da população, supostamente atingida pelo vírus do porco, em detrimento do vírus do dengo (carinhosamente assim chamado) que atinge uma maioria sem voz. O estado deveria funcionar bem, sempre. Senão daqui há algum tempo, nós estaremos mascarados também, mas por um outro vírus mais destruidor: o do egoísmo.



1 Comentários:

Anonymous Ruan disse...

Polemico, reflexivo, natural... Você é o cara! rsrs
Abraços Rai

5 de maio de 2009 às 10:26  

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