O P!taKo

Um blog para a SUA opinião!

terça-feira, 10 de junho de 2008

A sexualidade do Brasil

Anos-luz atrás dos países "desenvolvidos", o Brasil ainda deixa a desejar quando o assunto é sexualidade. Porém, está havendo avanços significativos na área. Só na última Quinta-Feira, o ministro da saúde, José Temporão, anunciou que dentro de trinta dias o Sistema Único de Saúde (SUS) irá realizar cirurgia de troca de sexo, procedimento já realizado em Cuba. Nesta mesma Quinta, o presidente Lula participou da 1ª Conferência Nacional GLBT -Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais- declarando seu apoio ao movimento.
Em contrapartida, o assunto ainda é visto como "algo do outro mundo". Essa semana, um casal de militares gay ganhou grande notoriedade. São os sargentos exército
brasileiro Fernando de Figueiredo e Laci Marinho. Na terça-feira, depois de uma entrevista para uma rede de TV, o sargento Laci recebeu voz de prisão da polícia do Exército, segundo as autoridades militares pelo crime de deserção, mas, para os dois sargentos, o que há é puro preconceito contra os homossexuais.
Como se não bastasse a barbaridade do fato, a mídia brasileira polemizou ainda mais o caso. No Domingo, uma
matéria no Fantástico entrevistou os sargentos e a procuradora do exército. Na entrevista com Fernando perguntam-no qual o seu sentimento por Laci. Ele é bem taxativo na resposta: “Amor. Porque eu acho que o amor transcende. O amor não tem sexualidade.” Além de formar opinião, quão pertinente é esta pergunta ao caso?
Claúdia Lamas, a procuradora do exército, ao ser entrevistada pela equipe do Fantástico demonstrou que não existe preconceito na prisão do sargento. Para tal, exibe um código da lei do exército, que pune o crime de pederastia (o sargento foi preso por deserção). O texto define o delito: qualquer ato libidinoso, homossexual ou não. A equipe do Fantástico questiona a procuradora o por que do uso da denominação homossexual, ao invés de heterossexual, ao qual a Claúdia responde ser um questão de português. Aos insatisfeitos com a resposta da procuradora, uma alternativa, seria de quê no exército os alojamentos seriam divididos de acordo com o gênero, impossibilitando assim um ato libidinoso heterossexual.
A ânsia da mídia, entre outras instâncias sociais, de declarar guerra ao preconceito de gênero, acaba causando o efeito contrário, ao utilizar novos preconceitos para diluir velhos. A sociedade deve ser conscientizada, a fim de que entendam a "lógica da coisa", não através de discursos repressivos e moralizadores que esqueçam que a causa está mais aprofundada do que sua conseqüência.


Confiram entrevista:

Marcadores: , , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial