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domingo, 20 de abril de 2008

Isabella: a banalização da imprensa

"Vivemos num tempo maluco

Em que a informação

É tão rápida que exige explicação instantânea

E tão superficial que qualquer explicação serve.”

Luís Fernando Verissímo


É triste perceber a que ponto chegou o caso Isabella. Há quase um mês que a morte da criança de cinco anos suspostamente jogada do sexto de um prédio de classe média, virou manchete nacional. A banalização do caso é brutal, todo e qualquer resquício é exaustivamente explorado pela grande mídia que destina seus repórteres a plantões em frente à casa dos Nardoni ou da mãe da menina. Virou praxe os telejornais dedicarem um bloco ao menos ao caso, alguns exageram como o "cidade alerta" que praticamente não cobre outro assunto. As coberturas jornalísticas beiram ao sensacionalismo e nada mais interessa ao não ser quem matou Isabella em um roteiro semelhante aos mistérios das novelas globais. Inevitável não temer por um novo "escola base" e muito menos, não imaginar o caso como um símbolo mercantil em tempos de indústria cultural.

Paralelamente há a resposta do grande público que tornou o assunto propriedade pública, ao ser discutido em reuniões de família, conversas no salão de beleza e até mesma tema para um bolão entre amigos. O caso Isabella demonstrou-se enfim, um substituto para o Big Brother em potencial. Sem mencionar nos moradores da região é claro, que revoltados com o caso, pregam cartazes, picham muros e até apedrejam o casal suspeito de matar a criança em frente à delegacia. Como se o susposto criem brutal justificasse pequenos delitos.

Vale acrescentar o perigo de tal pressão midiática e popular para o encerramento do caso, a busca pela verdade deve ser sim uma meta a ser alcançada pelo jornalismo enquanto mediação pública, mas o enquadramento dado o caso tende somente a atrapalhar as investigações, visto que exigem uma resposta imediata as indagações do caso. A velocidade pode sim, ser prejudicial à eficiência. Por outro lado, não devemos pecar pela falta e deixar o caso cair no esquecimento e seus culpados impunes.

Em suma, prefiro acreditar no bom senso dos nossos jornalistas e na eficiência da nossa justiça. Vamos aguardar para ver quem irá para o paredão dessa vez.

3 Comentários:

Blogger Rai Tourinho disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

21 de abril de 2008 às 20:54  
Blogger Professor Fábio Santos disse...

Showww de bola. Adorei a matéria e o layout, continue assim.
ps.: concordo plenamente com seu ponto de vista. A mídia deve ser mais responsavel ao cobrir um caso desse genero,afinal a mídia manipula o senso comum e as vezes gera aberrações dentro da sociedade.
bjs.

21 de abril de 2008 às 20:58  
Anonymous Anônimo disse...

Fico grata pelos elogios capadocio porém discordo um pouco dessa sua generalização e da forma extremista que está colocada. Admito que a mídia está um pouco "fora dos eixos" no caso dos Nardoni, porém não creio que este seja o comportamento habitual do meio, que tem como principal valor(útopico, mas ainda valor) a imparcialidade.

21 de abril de 2008 às 21:06  

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