Cadê o feijão-com-arroz? A inflação comeu!
Depois de uma semana cheia de padres voadores, terremotos, e adivinhem? Sim, o caso Isabella. Chegou a hora de falar da vida do telespectador comum, ou melhor, da não-vida deste. O hiper encarecimento dos alimentos povoou as manchetes dos jornais e o topo dos sites noticiosos. Pois, só agora descobriram que o tradicional prato das classes mais baixas, o feijão-com-arroz, há algum tempo já não é mais tão tradicional assim.
Há alguns meses, o feijão teve um disparo tão grande que chegou a custar nove reais na capital baiana, comprável com o preço da carne que também teve uma elevação brusca, agora depois da Argentina, grande fornecedor do Brasil, anunciar o fechamento de suas exportações de trigo, foi a vez do tradicional arroz pesar no bolso do consumidor. E não é só a mistura que encareceu, o pãozinho nosso de cada dia foi também brutalmente expulso do carrinho de compras.
Diante de tal crise, nosso queridíssimo presidente avisa que ela é passageira, depois de afirmar, há vinte dias que a “inflação subiu porque os pobres estão comendo mais”, impressão minha ou Lulinha ta com “síndrome de Pollyana”? Talvez. O certo, porém é que o presidente está rebatendo ferozmente a possibilidade da alta de preços ter sido causada por seu amável biocombustível, como afirma o FMI.
Outros exageram no tom apocalíptico como o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), que afirmou a possibilidade de guerras civis em decorrência do encarecimento. Não que estas guerras são improváveis de existir, até porque querido leitor a guerra já começou, não entre os civis, mas dos civis, todos os dias pela própria sobrevivência.
"Se farinha fosse americana
mandioca importada
banquete de bacana,
era farinhada."
Nóis é Jeca mais é Jóia, Miltinho Edilberto.